Faz tempo que acompanho conteúdos relacionados a slow web, a nostalgia da internet antiga, dos blogs e em como as plataformas de redes sociais fecharam a web e padronizaram a expressão online.
Também sempre me interessei por criar blogs. Numa época em que o computador era um item suado, que pertencia a família e não ao indivíduo, quando para se conectar na internet era necessário desligar o telefone e o tempo usando a máquina era disputado com os outros.
Enquanto meu irmão focava seu tempo em joguinhos online eu dividia o tempo nisso também e em fazer um blog.
Primeiro fiz um pra divulgar uma campanha do Greenpeace que se chamava desmatamento zero, que propunha uma política pública para acabar com o desmatamento e recuperar áreas degradadas. Também tinha um material educacional muito bom sobre esse assunto.
Depois criei um blog (esse com mais postagens) sobre fotografia de uma cidade turística, onde nasci, passei a infância e adolescência. Esse foi o único que foi lido pelo gigantesco contingente de um senhor que morava no sul do país e era apaixonado pela cidade.
O legal é que as minhas postagens não eram do padrão, mostrando os pontos turísticos da cidade, eu postava as vielas, os becos e os pontos e paisagens bonitas que só eram vistas por quem convive lá.
Por ultimo tinha um pessoal, cujo título era meu nome verdadeiro e tinha postado uns:
Hoje esses blogs não estão mais disponíveis porque sempre fico indo e vindo com a ideia de que “Será que vale a pena?”. A rotina é tão corrida. Os textos didáticos que fiz com ilustrações deram tanto trabalho e até hoje acho que ninguém leu. E mesmo que alguém lê-se, foi um trabalho cansativo escrever aquilo e que não rendeu fruto nenhum em troca.
Talvez, seja um trabalho semelhante ao de um artista que queira fazer uma obra para se expressar ao resto do mundo. Divulgar ideias, projetos que apoia, como essa campanha do Greenpeace, ou mesmo coisas legais como o blog de fotografia que tinha. Mas não deveria ser algo cansativo ou obrigativo. Por que muitos artistas têm a arte como profissão e conseguem remunerar e viver disso. Eu não.
Por isso esse espaço é “sem compromisso”. Faço porque gosto, porque me atrai a ideia dos blogs antigos ao invés das redes sociais, de expressar ou divulgar boas ideias. Mas ao mesmo tempo sei que não deve ser prioridade, afinal minha rotina é corrida, dou aula atualmente em duas escolas e o tempo dispendido no planejamento das minhas aulas tende a agregar mais valor que este espaço, além disso, também posso me expressar, compartilhar boas ideias e discuti-las nas aulas.
Ao mesmo tempo, sentar e escrever sobre um assunto me deixa com uma prática melhor. Aqui posso pensar mais antes de escrever, posso apagar, reler e adicionar palavras antes, no meio ou depois de uma frase.
// escrever esse texto mesmo já me fez organizar melhor as ideias sobre se vale a pena para mim construir esse espaço e, atualmente a opinião é que sim.
Fazer um blog é um bom estímulo para escrever e organizar melhor as ideias. Da mesma forma que lá no inicio o blog de fotografia me inspirava a sair mais de casa para fotografar e escrever sobre lugares da cidade.
Poderia ser um diário? Poderia, mas como disse, eu gosto da ideia de um espaço aberto na web, no contraponto que isso tem com as redes sociais e eu gostaria de acompanhar mais espaços como este.
Além disso, talvez os textos aqui tenham alguma serventia, inspirem ou agreguem para alguém que também esteja pensando se vale a pena construir um espaço para se expressar na internet.
Também por uma questão de interação. Seria bacana saber a opinião de alguém sobre algo que escrevi, se teve serventia ou algum contraponto que possa me agregar. Por isso que fiz um e-mail e um livro de visitas.
Além disso tudo, caso não tenha percebido, Jardineiro Bigode é um pseudônimo. E isso faz com que eu me sinta mais livre para escrever aqui.
Deixe um comentário (se quiser) no livro de visitas, ou me mande um e-mail em: bigode@myyahoo.com.